domingo, junho 11, 2006

Realizador da Semana: George Cukor

George Cukor, um dos mais célebres realizadores do período de ouro de Hollywood, consagrado cineasta que soube consolidar o seu prestígio após a dita época. Autor de numerosas comédias, musicais e dramas, mas essencialmente dos dois primeiros géneros, era conhecido como um woman’s director, epíteto que, para além de demonstrar o reputadíssimo retratista cinematográfico de mulheres que era, funcionava como uma alusão à sua homossexualidade.

Nascido a 7 de Julho de 1899 em Nova Iorque, o americano, filho de imigrantes húngaros judeus, já como adolescente detinha uma enorme paixão pelo teatro, arte que o inspirava grandemente e que um extenso e regular número de vezes fazia com que faltasse às aulas para poder desfrutar das peças teatrais que decorriam durante a tarde. Tendo-se formado no De Witt Clinton High School em 1916, passou depois um ano no Students Army Training Corps. Foi então depois disso que conseguiu arranjar um emprego sem grande brio numa companhia de teatro de Chicago. Depois de uns bons anos de experiência de vida teatral que adquiriu, em 1920 formou a sua própria companhia em Nova Iorque.

Os anos passaram e acabou por tornar-se um encenador de sucesso na Broadway, trabalhando com a sua nata. Com o boom de trabalho verificado em Hollywood com os primeiros filmes sonoros, Cukor não resistiu à chamada da Meca do Cinema, local onde deixou a sua excelsa marca com filmes como: Mulheres, um triunfo cinematográfico de elenco totalmente feminino onde um grupo de amigas passa o tempo a discutir os homens, os amores bem sucedidos e as separações; Casamento Escandaloso, a emblemática e divertidíssima comédia onde Katharine Hepburn não consegue escolher entre Cary Grant e James Stewart, mesmo no dia do seu casamento; Meia Luz, a mais famosa incursão de Cukor nos meandros do thriller, com uma ingénua Ingrid Bergman quase levada à loucura pelo perverso marido; A Costela de Adão, fabulosa comédia sexista que na verdade é uma das mais célebres guerras de sexos no grande ecrã; Assim Nasce Uma Estrela, esplêndido e muito reconhecido musical sobre o sucesso súbito de uma cantora e o declínio do seu marido envelhecido, antigamente uma estrela também; Minha Linda Lady, simplesmente um dos mais emblemáticos e melhores musicais de sempre, detentor de números memoráveis e vencedor de oito Óscares, incluindo o de melhor filme e o único de melhor realizador para Cukor.

Disse ele uma vez: “Dêem-me um bom argumento e eu serei cem vezes melhor como realizador”. Cukor, um convencido hiperbólico, mas justificado.

® Artur Almeida